Senhor
Devolvei minha fé, debilitada
Por não vencer as lutas que combato;
Não me lamento e nem vos desacato,
Tenho tido uma vida abençoada,
Mas o destino, em franco pugilato,
Prepara, aqui e ali, nova emboscada
Que finta a frágil fé amedrontada,
E destarte o concreto faz-se abstrato.
Que o que me resta tenha conteúdo,
Que eu diga adeus, no fim, com desassombro
E diga ao desafeto: eu te saúdo...
Que eu não perca ante vós o meu assombro,
Mas rogo que, acima disso tudo,
Vossa mão permaneça no meu ombro.
24/11/2014 - Isaac Bardavid
In: “Versos Adversos"
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